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A Relação entre a Queda, a Maldição e o Evangelho; e sua Incompatibilidade com a Evolução Teísta

por
traduzido por Rodrigo Gomes Toni

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Não havia morte, violência ou derramamento de sangue antes do pecado de Adão

A estreita relação existente entre a queda de Adão e Eva, a entrada do pecado e da morte no mundo, e o Evangelho de Cristo é grandemente enfatizado nas Escrituras. Nós devemos perceber que todas essas três áreas existem em absoluto contraste ao tempo anterior a queda. Portanto é nosso dever estabelecer, com grau de certeza e clareza, aquelas condições que existiam antes do pecado entrar no mundo. James Stambaugh escrevera um excelente artigo sobre tais condições.1 Embora lidando especificamente com matérias de escassez e predação, Stambaugh aborda um número de coisas pertinentes a este presente tópico. Não há, obviamente, necessidade de reproduzir todas as observações de Stambaugh aqui. Entretanto, é necessário rever o fundamento bíblico para aquelas condições a fim de prover uma coerência para conclusões posteriores.

Condições anteriores a Queda

Dizer que não havia morte, violência ou derramamento de sangue antes do pecado de Adão se adéqua muito bem às condições que existiam, mas há um princípio básico que pode precisar ser esclarecido para que as implicações decorrentes da generalidade sejam igualmente claras e consistentes.

“Era Bom”

No fim de cada estágio de Seus atos de criação, Deus declara que “era bom”.2,3 Toda vez naquelas passagens de Gênesis, a frase é כּי־טוֹב (ki-tob). טוֹב (tob) é um termo muito genérico com uma variedade de usos, abrangendo de felicidade geral a benefício econômico, a bondade moral e assim por diante.4 Portanto quando pensamos em alguma coisa sendo “boa”, nós devemos perguntar “bom comparado com o quê?”. Afinal, as próprias Escrituras fazem uma distinção entre a bondade do homem e a bondade de Deus. Por exemplo, todos nós concordaríamos que o homem que cuida de sua família está desempenhando um bom serviço ainda que ele seja totalmente afastado de Deus. E as Escrituras concordam. Todavia, as Escrituras também dizem que “não há ninguém que faça o bem”.5 Claramente essa passagem indica a disparidade entre a justiça de Deus e os “atos justos” do homem. A Bíblia compara diretamente um com o outro em Isaías 64:6 quando Deus nos diz “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia”. Conquanto assumiríamos naturalmente que nossos atos pecaminosos não são nada além de “trapos de imundícia” na perspectiva de Deus, Isaías 64:6 declara que nossas “justiças” são como tal coisa (i.e. nossas justiças também são trapos de imundícia diante de Deus, nota do tradutor). A Bíblia está claramente trazendo tal acusação contra nossas assim chamadas “justiças” ao compará-las com a santidade de Deus.

Quando Deus declara alguma coisa justa, a referência (ou padrão) de comparação é o caráter e a santidade do próprio Deus, não do homem. Por tal razão II Coríntios 10:12 diz “Porque não ousamos classificar-nos, ou comparar-nos com alguns, que se louvam a si mesmos; mas estes que se medem a si mesmos, e se comparam consigo mesmos, estão sem entendimento.” A razão por qual aqueles que se comparam com outros serem “sem entendimento” (ou não sábios) é porque tal prática não usa o padrão que Deus usa. Deus não nos compara com outros seres humanos, mas com Ele mesmo. Em outras palavras, Deus não classifica na curva*.(*classificar na curva, de forma resumida, significa atribuir nota ou avaliar individualmente alguém conforme a média geral da coletividade, nota do tradutor)

Foi importante Deus esclarecer essa distinção à raça humana após a Queda. O homem inevitavelmente busca estabelecer seu próprio referencial, subseqüentemente atribuindo a este o mesmo peso do referencial de Deus. O homem é sempre atraído a comparar sua moralidade com a de outro homem, cuja moralidade deste segundo é menor que a do primeiro, logicamente. Isso dá ao homem um senso de superioridade frente a seus pares e se estabelece a si mesmo [como referencial], segundo seus próprios olhos.

A questão é essa: Quando Deus declarou em Gênesis 1 que toda Sua criação era “boa”, essa bondade era com referência à Sua própria santidade. Não havia outro referencial com o qual a criação poderia ser comparada, nem outro referencial seria apropriado. Segue que as condições existentes anteriormente ao pecado de Adão tinham que ser compatíveis com o único padrão/referencial ativo na época, isto é, a absoluta bondade de Deus. “O mundo no qual Adão vivia… era um ambiente perfeito em todos os aspectos. Nenhuma necessidade física, mental ou espiritual que Adão poderia ter deixaria de ser suprida”.6 Portanto, os fundamentos ontológicos do mundo pré-queda requerem que nada seja abaixo desse padrão. Um ambiente assim requer que a ausência de violência, morte e derramamento de sangue.

Gênesis 1:29–30 diz:

“E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento. E a todo o animal da terra, e a toda a ave dos céus, e a todo o réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde será para mantimento; e assim foi.”

Estes versos deixam claros que Adão e Eva e todos os animais eram vegetarianos no cosmo antes da queda. Isso impede qualquer possibilidade de predação animal, incluindo dinossauros carnívoros. Aqueles que argumentam que a predação animal existia durante essa era tem que argumentarem tal coisa às custas da linguagem clara da Escritura. Em apelos tais como aqueles de Bernard Ramm em seu livro, The Christian View of Science and Scripture (A Visão Cristã da Ciência e da Escritura), todos parecem tropeçar no mesmo ponto porque eles cedem à vontade irresistível de harmonizar a ciência moderna com as Escrituras.7 Em termos práticos, esse expediente quase sempre resulta em a Bíblia sendo conformada a ciência, e não o contrário. Essa tendência leva a pessoa a começar a fazer certas “concessões” aos críticos.8

Um número de outros versos implica as mesmas condições, embora não tão claros quanto Gênesis 1:29-30. Por exemplo, Isaías 65:25 descreve o leão comendo palha e deitando ao lado do cordeiro. O verso 25 conclui dizendo: “Não farão mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o Senhor”. Já que o contexto é a restauração, a forte implicação é que Adão e Eva e todos os animais eram vegetarianos. Enquanto eles comiam plantas, a Bíblia não considera a “morte” de plantas como sinônimo de morte de animais. Afinal das contas, a vida está no sangue (Levítico 17:11) e plantas, fungos, etc não têm sangue. Além disso, Gênesis 2:9 (*e também Gênesis 1:29-30, *Nota do Tradutor) deixam claro que Deus deu as plantas por alimento em primeiro lugar.

A outra robusta implicação sobre Isaías 65:25 é a última frase: “Não farão mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o Senhor.” A linguagem sugere fortemente que os animais não feriam e nem matavam uns aos outros no mundo antes da queda. Isto deve significar sem morte, sem violência e sem derramamento de sangue se ele – o mundo antes do pecado – é consistente com o caráter de um Deus santo, que declara toda Sua criação original como boa.

Há outras implicações da inerente “bondade” do mundo antes da entrada do pecado. Se a descrição precedente de condições prévias a Queda de Adão está correta, significaria que os dinossauros carnívoros certamente teriam sido contemporâneos do homem após a queda (não obstante a teoria do hiato).9 Não somente isso, mas parece que os próprios fósseis dos animais, sendo em essência um registro de morte e decadência, teriam sido impossíveis durante os dias que Adão e Eva habitaram o Éden anteriormente a entrada do pecado.

As condições da criação natural de Deus são de grande interesse, para ter certeza, mas a condição do homem durante esse tempo deve ser o foco se nós estamos entendendo as verdadeiras ramificações do que se sucedeu na Queda. Em Gênesis 1:26 Deus disse “Façamos o homem à nossa imagem”. De todas as criaturas de Deus, essa é a única a quem Deus criou a Sua imagem. Esse fato dá especial significância à origem do homem. Então em que sentido Adão foi criado à imagem de Deus? Isso não pode ter referência à aparência corpórea, pois Deus não tem corpo – Ele é puro espírito (João 4:24). Embora haja muito que possamos dizer aqui, o aspecto mais importante do ser humano é que ele, também, é primeiramente uma criatura espiritual. Não é que o corpo tem uma alma, é a alma que tem um corpo. A parte mais importante da composição de uma pessoa não é a parte visível, mas a parte que é invisível.10 O homem foi criado primariamente como uma criatura espiritual e foi criado como um ser santo. “Esta foi a glória maior com a qual ele foi coroado”.11 Como nós veremos presentemente, esta “glória maior” seria também a perda maior após a entrada do pecado.

A Queda, a Maldição e a Cruz

A Queda, a Maldição

Em Gênesis 2:16-17, Deus disse a Adão: “E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.”

Literalmente, o aviso foi “morrendo, tu morrerás”.12 O home tinha uma tendência a ver essa pena de morte como não sendo comensurável (proporcional) com a transgressão específica de comer uma fruta. Por causa que o homem perdeu a visão do verdadeiro horror e total depravação do pecado, ele preferiu ver a desobediência a Deus como um ato temporal cometido por um ser finito em um corpo temporal.13 Mas nós devemos lembrar que o único padrão operante antes da Queda era a absoluta santidade de Deus. Na verdade, a transgressão de Adão era uma afronta a absoluta santidade de Deus, cometida por um criado à imagem de Deus. Essa imagem, a natureza espiritual do homem consistente de bondade e santidade originalmente inerente em Adão, foi desfigurada. Adão, no instante de sua transgressão, cessou de ser santo.

Como Deus predisse, no dia em que Adão e Eva comeram do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, eles morreram. Muitos podem considerar a morte, primariamente, um fenômeno físico. Nós entendemos que o falecimento físico do homem é um dos resultados da Queda. Ao mesmo tempo, Deus disse para Adão em Gênesis 2:17 que eles morreriam no mesmo dia da transgressão deles. Eu acredito portanto que a morte espiritual é o foco primário (embora não exclusivo) da advertência de Deus. A morte física é a separação da alma do corpo; a morte espiritual é a separação da alma de Deus. A morte física de Adão resultante da transgressão ocorreria muitos anos depois (embora a decadência física começara naquele mesmo dia), mas a separação espiritual e afastamento de Deus ocorreram exatamente naquele dia. Como Deus ordenara a Adão, assim Ele advertiu todas as eras: “A alma que pecar, essa morrerá” (Ezequiel 18:4 / Ezequiel 18:20); “o salário do pegado é a morte” (Romanos 6:23). Isso significa morte espiritual, primeiramente, culminando em eterna separação da alma em relação a Deus.

Tais conseqüências terríveis de uma transgressão podem ser difíceis para nós compreendermos, mas elas ilustram claramente que os efeitos tangenciais da Queda foram globais na natureza. Em Gênesis 3:17-19, Deus amaldiçoou o solo do qual Adão foi formado.14 O fato de que a Queda teve uma conseqüência global está claro também em Romanos 8:22: “Pois nós sabemos que a criação inteira geme e está juntamente com dores de parto até agora”.15 Romanos 8:21 diz: “Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus”. Neste verso, “criatura” é κτίσις (ktisis) no grego, e se refere à criação total de Deus.16 A frase “servidão da corrupção” literalmente ser refere à sujeição da criação a degradação.17 Tal maldição proporciona uma lembrança contínua dos horríveis efeitos do pecado. Era apropriado, portanto, que a maldição incluísse não apenas Adão, mas a própria Terra sobre a qual a ele foi dado domínio. Não apenas perderam um ambiente perfeito, mas também a inocência deles.

Em Gênesis 3:4-5, a serpente disse:

“Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.”
Como se sucedeu, a serpente estava certa, de uma forma. Adão e Eva vieram a conhecer o bem e o mal, mas não como eles esperaram. Anteriormente a Queda eles conheciam a bondade como a presença desta, e o mal como sua ausência. Após pecarem, eles conheceram o bem em sua ausência e o mal em sua presença. A partir deste ponto em Romanos 3:12 se tornou uma realidade,18 a atraente tentação da serpente havia dado a luz a seu fruto.

Crucial para nosso entendimento é ter ciência que a situação na qual o homem se achou não pegou Deus de surpresa. A Escritura revela que o propósito de Deus sempre foi a redenção do homem. Apocalipse 13:8 diz que Jesus Cristo foi “morto desde a fundação do mundo”. Isso significa que antes da criação de Adão, Deus sabia que Adão iria pecar. Ele – Deus – sabia que o resto da espécie humana estaria “em Adão” (o que será discutido rapidamente), e portanto a humanidade seria pecaminosa. Deus também sabia que o salário do pecado é a eterna separação e punição. Deus igualmente sabia que para redimir a espécie humana Ele teria que enviar seu Filho unigênito, o Senhor Jesus Cristo, para pagar o preço pelo pecado. Deus sabia todas essas coisas antes dEle ter nos criado, e Ele nos criou ainda assim. Agindo dessa forma, Deus persistiu no único curso que asseguraria a redenção do homem.

A Cruz

Ao considerar a relação entre a Queda de Adão e a Cruz, vamos primeiro considerar I Coríntios 15:22, “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo”. A chave para este versículo repousa no significado da frase “em Adão”. O contexto de I Coríntios 15 é o de morte física e ressurreição física. Já que Adão foi o cabeça principal da raça humana, todos são participantes da natureza pecaminosa de Adão. Tal como Adão morreu fisicamente como resultado do pecado, assim é com todas as outras pessoas.

Mas morte física foi apenas uma das conseqüências do pecado. Como mencionado anteriormente, Deus disse a Adão que sua morte ocorreria no mesmo dia no qual ele comesse da árvore proibida. Esta morte espiritual é também conseqüência do pecado assim transmitido através de Adão. Romanos 5:12 diz “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram”. É por isso que Davi disse no Salmo 51:5 “Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe.”19

A partir dessa perspectiva, a espécie humana é retratada como prisioneira numa situação desesperadora: concebida em pecado justamente como David expressa. Por outro lado, o livro de Hebreus ilustra que esse princípio de estar “em Adão” é realmente uma benção maravilhosa. Hebreus 7:9-10 diz “E, por assim dizer, por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos. Porque ainda ele estava nos lombos de seu pai quando Melquisedeque lhe saiu ao encontro”. Isso simplesmente significa que Abraão pagou tributos a Melquisedeque, mas já que Levi não era nascido na época (“ainda estava nos lombos de seu pai”), há um sentido no qual o pagamento de Abraão fora creditado a Levi. Isso porque Levi estava “em Adão” da mesma forma como todos nós estamos “em Adão”.

Como isso se relaciona com a Cruz? De todas as formas. Duas coisas foram requeridas para nossa salvação:

  1. O pagamento pelo pecado (morte física e espiritual), e
  2. A purificação do pecado (o derramar de sangue)20

Assim nós não teríamos que sofrer a punição eterna que merecemos, um substituto teve que ser punido em nosso lugar. Porque um homem pecou, o substituto deve ser um homem (Hebreus 2:14). Ele também teve que ser sem pecado, assim Ele não teve que pagar por Seus próprios pecados (Hebreus 7:27). Nenhuma mera criatura poderia suportar a punição infinita de Deus (Isaías 53:10), então o substituto tinha que ser totalmente Deus como também totalmente homem.21 Via encarnação, Jesus tornou-se um homem enquanto ao mesmo tempo reteve Sua total deidade. Como nosso substituto, Jesus morreu nossa morte pelo pecado; como Deus, Ele ofereceu Seu sangue nos céus por nossa purificação do pecado.22 II Coríntios 5:21 diz “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.”23 Hebreus 10:12 diz “Mas este, havendo oferecido para sempre um único sacrifício pelos pecados, está assentado à destra de Deus,”

Por colocar nós “em” Ele mesmo através da fé, é dito que nós estamos “em Cristo”. No mesmo sentido no qual as ações de Abraão foram creditadas a Levi (porque este estava naquele), assim as ações de Cristo ao pagar o preço por nossos pecados são creditados a nós (porque nós estamos “em Cristo”). É por isso que I Coríntios 15:22 pode proclamar que tamanha certeza “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo.” Esse princípio espiritual então declara que a raça humana inteira estava mergulhada no pecado uma vez que Adão desobedeceu.24 Simultaneamente, esse mesmo princípio tornou-se o veículo por meio do qual a morte de Cristo é disponibilizada a toda a humanidade e é eficaz para aqueles quem vão a Cristo em arrependimento e fé. Romanos 5:18-19 diz

“Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida. Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos."

No momento de arrependimento e fé no Senhor Jesus Cristo, todos os pecados da criatura são creditas a Cristo (embora Cristo nunca pecou), e toda a justiça e Seu tratar com o pecado são sumariamente “creditados” ao novo Cristão, nascido de novo.25 O pecador crente é limpo de seus pecados e “adotado” por Cristo como um de Sua família.26 Ele (o pecador) se encontra em uma nova posição no relacionamento com Deus. Ele permanece justificado (δίκαιος dikaios; legalmente absolvido).

Esperançosamente alguém possa ver que a criação de Adão, sua desobediência a Deus e sua subseqüente queda; a crucificação e ressurreição de Cristo por causa do pecado estão todas vitalmente conectadas e mutuamente dependentes uma da outra. Se um desses fatos for removido, todos os outros elementos são afetados.

É nesse ponto que o Cristianismo Evangélico tem testemunhado a entrada em suas fileiras do talvez mais sutil, porém perigoso adversário – a evolução teísta.27 Por causa do impacto da evolução teísta na comunidade evangélica em geral e sobre a hermenêutica evangélica em particular, é muito importante demonstrar brevemente porque a evolução teísta não é uma opção para o verdadeiro cristão evangélico. Isso é especialmente verdadeiro à luz do assunto em comento.28

As falácias da evolução teísta

O Evangelho de Cristo é baseado sobre a literalidade do relato de Gênesis. Que é dizer que:

  1. Adão e Eva foram indivíduos históricos, e não apenas representantes da humanidade;
  2. A história da Queda no Jardim do Éden é uma realidade histórica, não uma alegoria; e
  3. Suas mortes (físicas e espirituais) por causa do pecado também foram reais.

Se qualquer um desses três elementos em Gênesis for reduzido a alguma coisa que não seja um evento histórico, o total das Escrituras é questionável e o Evangelho de Cristo começa a esfarelar. Semelhantemente, é axiomático que se a evolução teísta for verdadeira, então não apenas um, mas todos os três supracitados critérios são falsos e devem ser abandonados.

Primeiro, se a assertiva 1 é falsa, é óbvio que a segunda e a terceira não tem significado algum. É sem sentido algum que pessoas em sentido figurado possam habitar um jardim literal (o relato da Queda é reduzido a pouco mais do que um conto de fadas). Da mesa forma, é ilógico que pessoas metafóricas possam ter mortes físicas ou espirituais reais (ou vice versa). Enquanto alguns evolucionistas teístas diriam que Adão e Eva foram pessoas reais, mas não diretamente criadas por Deus, eles ainda encarariam problemas insolúveis com ensinamentos claros da Escritura; por exemplo, a natureza inerentemente pecaminosa, a contínua progressão ascendente exigida por muitas versões de evolução, e assim por diante. Isso para não mencionar que tal posicionamento mina completamente a necessidade pela expiação de Cristo. Portanto, sustentar a evolução teísta e a literalidade de Adão e Eva, requer as conclusões lógicas de cada uma ser incompatível com a outra e com as Escrituras. É por isso que a maioria dos teólogos que sustentam a evolução teísta reclamam que Adão e Eva são representantes da humanidade – eles percebem as eventuais inconsistências rapidamente. Assim, a segunda e a terceira assertiva desmoronam.

Segundo, se a assertiva 2 é apenas simbólica e não história, então um casal literal (Adão e Eva) não poderia habitar o Éden (novamente, “alguma coisa” literal não pode ser colocada em uma metafórica “qualquer coisa” ou pessoas literais não podem ser colocados numa localidade metafórica)… desconsidere-se a assertiva 1. A alternativa requer que Adão e Eva sejam reinterpretados como alegoria, então a assertiva 1 e 3 não poderiam ser reais também.

Terceiro, se a assertiva 3 é apenas simbólica e não real, então as assertivas 1 e 2 não podem ser reais. Pessoas reais experimentam morte física e morte espiritual reais ao menos no contexto de Adão e Eva e o pecado com as conseqüências deste. Se suas mortes por causa do pecado não foram reais, então a conclusão lógica é que esse casal era, em si mesmo, apenas figurativo. Se isso fosse verdade, então a lógica requer que a assertiva 2 seja figurativa também, já que o figurado não pode ocupar espaço real em um lugar real.

Eu deixarei para cientistas a tarefa de demonstrar a fragilidade científica da evolução. Entrementes, teologicamente há duas áreas majoritárias nas quais a evolução teísta falha no teste de ortodoxia: sua incompatibilidade com a própria Escritura, e sua incompatibilidade com a teologia evangélica.

Incompatibilidade com a Escritura

Há, hoje, uma toda evidente tentação entre evangélicos de desejarem a aprovação da comunidade acadêmico-científica, mesmo que às custas de uma homogênea hermenêutica Bíblica. Se nós verdadeiramente sustentamos uma Bíblia autoritativa* (*fonte de autoridade, pois está relacionado com seu autor: Deus. Não confundir com autoritária, pois não é a mesma coisa – Nota do Tradutor), especificamente, uma Bíblia inerrante,29 nós devemos reconhecer que há certos princípios que não devem ser comprometidos – certas concessões que não podem ser feitas. Entre elas, a exatidão precisa da Escritura é fundamental, pois aí reside a fonte da teologia evangélica.

Teólogos que consideram a si mesmos evangélicos, mas que sucumbem às suposições da evolução teísta e a teoria de uma terra antiga, têm a tarefa impossível de tentar harmonizar as Escrituras com as pressuposições evolucionárias. Há um grande número de questões nas quais a evolução teísta simplesmente não pode ser harmonizada com a leitura reta de Gênesis. A despeito de nós reconhecermos que a teoria da evolução evoluiu ela mesmo desde o modelo Darwiniano dos anos 1800, todos os conceitos da teoria compartilham alguns elementos comuns.

Por exemplo, virtualmente todas as versões da evolução requerem uma Terra incrivelmente velha, abrangendo milhões, se não bilhões, de anos. Algumas dessas teorias são incompatíveis com o relato da criação em Gênesis e subseqüentes passagens da Escritura. É bastante fácil demonstrar que a palavra hebraica יוֹם(yom) (dia), especialmente quando usado com números em Gênesis, refere-se a um dia literal de 24 horas.30-32 Não apenas יוֹם (yom) é usada com números ali, mas também é usado com עֶרֶב (‘ereb) (noite) e com בקֶר (boqer) (manhã).33 Skinner salienta que nem um único exemplo na Escritura pode ser produzido onde estas duas palavras significam qualquer outra coisa além dos significados literais implícitos.34 Somente confusão hermenêutica, inconsistência e eisegesis* (processo de interpretar um texto de maneira que o leitor possa introduzir suas próprias pressuposições e conceitos no texto lido) requerem que “manhã” e “noite” não signifiquem o que realmente são. Ao invés disso, essa confusão declara que “dia” se refere a uma era de milhares anos, embora todos os três termos (dia, manhã, noite) são justapostos repetidamente como eles são [literalmente].

Outro exemplo tem a ver com Gênesis 1:31. Lá a Bíblia diz que Adão foi criado no sexto dia. Gênesis 5:5 nos diz que o tempo de vida de Adão totalizou 930 anos. Isso teve que incluir alguns anos seguintes ao sexto dia da criação, porque tudo ainda era “bom” ao longo do sexto e sétimo dia. É igualmente evidente que a maioria dos anos de Adão foram após a Queda e a expulsão do Éden. Se os dias da criação foram vastas extensões de tempo, então Adão viveu de um ponto qualquer que seja dentro dos milhares de anos do sexto dia no qual ele foi criado, e então durante todos os milhares de anos do sétimo dia. No entanto, sua vida totalizou apenas 930 anos. Obviamente, alguma coisa está errada.

A evolução teísta tenta sair pela tangente nessa inconsistência dizendo que Adão e Eva foram representantes da humanidade ao invés de um casal literal. Claro, isso cria muito mais problemas do que soluções, porque requer que a Bíblia atribua a um indivíduo metafórico 930 anos literais.

E quanto à progenitura (descendência) de Adão? Gênesis continua no nascimento de Seth (Gênesis 5:3). Aparentemente espera-se que nós acreditemos que esse figurativo primeiro casal teve um filho literal com um nome literal. Ou espera-se que nós acreditemos que Seth e todos os outros filhos e filhas mencionados em Gênesis também são metáforas?

E quanto aos outros descentes de Adão? A linhagem de Jesus Cristo no Evangelho de Lucas especificamente menciona Adão como um dos ancestrais de Jesus (Lucas 3:38). Todos os outros mencionados naquela genealogia foram indivíduos reais. Por qual sistema de ginástica hermenêutica nós estamos a concluir que Deus inspirou Lucas a listar os ancestrais de Jesus, todos dos quais foram indivíduos literais, exceto um?* Eu me rendo ao fato de que não há tal coisa como um ancestral figurado de indivíduos reais.

Obviamente aqueles que não têm problema algum com contradições na Escritura têm suas explicações; mas para o cristão evangélico que se apóia numa Bíblia inerrante (ao mesmo tempo em que crê na evolução), há uma multidão de dificuldades.

Incompatibilidades com a Teologia Ortodoxa

Se as dificuldades Escriturísticas com a evolução teísta são insanáveis para os evangélicos (E eu acredito que elas são), então as conclusões teológicas que resultam da evolução teísta são igualmente inaceitáveis.

Já fora feita uma referência a I Coríntios 15:22, que diz “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo.” A redação deste verso requer que Adão seja uma figura histórica se é para o Evangelho absolutamente ter algum significado.

A mensagem é assegurada pelo uso de duas conjunções: “assim” e “assim também”. A palavra no texto em Língua Portuguesa, “assim”, traduz ὥσπερ (hōsper). Quando usado na primeira parte de uma cláusula comparativa com um verbo finito seguido por οὕτως (houtōs) como aqui, é “um enfático marcador de similaridade”.35 A expressão “assim também” traduz οὕτως (houtōs), a qual significa “semelhantemente a”, “desta maneira” e é usado para “intensificar aquilo que precede”.36

A questão é que em acordo com o mesmo princípio pelo qual todos morrem em Adão, então em Cristo todos serão vivificados. O contexto de I Coríntios 15 é o de morte física e ressurreição física. Mas mesmo se alguém permite a violação contextual para significar que a expressão “Em Adão todos morrem” é apenas figurada, então porque nossa morte é literal? Se o homem está somente em Adão de alguma forma etérea, de maneira figurada, então nosso estar “em Cristo” também é verdadeiro somente de forma etérea, de maneira figurada. Tal conclusão é impossível de conciliar com a Escritura e a teologia ortodoxa cristã. Se todos morrem em Adão somente figuradamente, essas conjunções demandam que nós somos vivificados em Cristo igualmente, e somente, figurativamente. Isso não pode ser. Nossa salvação não é figurada, mas real.

Teologicamente, a mais básica assunção da evolução teísta torna desnecessário todo o plano redentor de Deus. A maioria das teorias evolucionárias (particularmente a evolução teísta) assume uma ascensão espiral de progresso, incluindo o desenvolvimento do homem. Essa assunção corre completamente na contramão de toda a Escritura. A Palavra de Deus é clara que “não há quem faça o bem, não há sequer um” (Salmo 14:3). A análise racional de tal antropologia deveria ser óbvia. Se Adão é apenas simbólico e é um homem representativo, então não houve Queda literal do homem descrito em Gênesis.37 Mas se não houve nenhuma Queda, então não houve nenhum pecado original, e o homem não possui uma natureza pecaminosa. Se o homem não é pecaminoso, então Jesus não precisava ter morrido na Cruz e oferecido Seu sangue por nossos pecados como Hebreus 9 claramente declara. Em resumo, se o homem está verdadeiramente numa ascensão espiral de progresso como a evolução exige, então tudo que ele precisa é um impulso de baixo ao invés de um nascimento de cima.

Isso não pode ser o que Jesus Cristo teve em mente quando Ele disse a Nicodemus: “Necessário vos é nascer de novo.”38 Se tivesse havido qualquer outra maneira para redimir a espécie humana além da Cruz, não é razoável supor que Deus teria escolhido essa outra maneira? Romanos 1:16 nos diz que o poder de Deus para salvar é investido somente na Cruz de Cristo. Deus não salvará de nenhuma outra forma. Adão foi real. Por causa de toda a espécie humana estar “em Adão”, a Cruz fora uma prerrogativa divina e uma necessidade humana para que a redenção humana fosse assegurada.

Referências

  1. Stambaugh, J., Dieta original da Criação e as mudanças na Queda, Journal of Creation (CENTJ), 5(1):130–138, 1991. Retornar ao texto.
  2. Genesis 1:4, 10, 12, 18, 21, 25. A Bíblia versão King James Version (em inglês) é usada ao longo desse artigo. Retornar ao texto.
  3. A transliteração hebraica não é completamente padronizada. As transliterações usadas neste artigo são baseadas em: Harris, R.L., Archer Jr, G.L. and Waltke, B.K. (eds.), Theological Wordbook of the Old Testament, Moody Press, Chicago, 1980. Retornar ao texto.
  4. Estes e outros usos deste termo estão claramente delineados em Harris et al., Ref. 3, Vol. l, pp. 345ff. Retornar ao texto.
  5. Salmos 14:1, 14:3; 53:1, 53:3; Romanos 3:12. Retornar ao texto.
  6. Morris, H.M., The Genesis Record: A Scientific and Devotional Commentary on the Book of Beginnings (O Registro de Gênesis: Um Comentário Científico e Devocional no Livro dos Primórdios), Baker Book House, Grand Rapids, Michigan, p. 90, 1976. Retornar ao texto.
  7. Ramm, B., The Christian View of Science and Scripture (A Visão Cristã da Ciência e Escritura), William B. Eerdmans Publishing Co., Grand Rapids, Michigan, pp. 334–335, 1954. Retornar ao texto.
  8. É muito interessante que quando Ramm escreveu isso em 1954, ele era considerado “um evangélico evangélico” em muitos aspectos. Seu livro, Protestant Biblical Interpretation (Interpretação Bíblica Protestante), publicado pela Baker Book House em 1970, é considerado um dos melhores no campo. Naquele trabalho, entretanto, ele faz claras capitulações a aqueles que vêem contradições ao explicá-las em termos de um texto corrompido (p. 206). Na época ele escreveu After Fundamentalism: The Future of the Evangelical Theory (Pós Fundamentalismo: O Futuro da Teoria Evangélica), publicado em 1983 por Harper & Row, Ramm parece ter vindo muito sob a mesma influência da Iluminação como fez Karl Barth, e basicamente o adotou como mentor. De fato, Pós Fundamentalismo, é essencialmente uma interpretação da teologia de Barth e uma defesa de Barth como um evangélico e teólogo ortodoxo. Retornar ao texto.
  9. Skinner, D.R., Studies in Genesis 1–11 (Estudos em Gênesis 1-11), Olive Branch, Mississipi, pp. 38–47, 1992. Enquanto uma análise lingüística de Gênesis 1:1–2 não é possível aqui, o waw circunstancial, entre outras coisas, proíbe o tipo de período de tempo requerido para a inserção de dinossauros, etc. O livro de Skinner dá uma excelente explicação para a teoria do iato e porque ela é incompatível com o texto hebraico. Veja também: Grigg, R., From the beginning of creation: does Genesis have a “gap”? Creation 19(2): 35–38, 1997. Retornar ao texto.
  10. Este relato da declaração de Jesus priorizando a alma em Marcos 8:36-37: “Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma? Ou, que daria o homem pelo resgate da sua alma?” Retornar ao texto.
  11. Pendleton, J.M., Christian Doctrines: A Compendium of Theology (Doutrinas Cristãs: Um Compêndio de Teologia), Judson Press, Valley Forge, reprint 1971, p. 160, 1879. Retornar ao texto.
  12. Skinner, Ref. 9, p. 76. מ֥וֹח חָּמֽוּח (mot hamuh)— Qal infinitivo absoluto com o Qal imperfeito. “O uso do infinitivo absoluto antes do verbo finito intensifica a pena para desobediência.” Retornar ao texto.
  13. Pinnock, C., Inclusive Finality or Universally Accessible Salvation (Finalidade Inclusiva ou Salvação Universalmente Acessível), Encontro Anual (San Diego, California) da Sociedade Teológica Evangélica, Mobiltape Co. Inc., Valenca, California, Audio cassette, 1989. Que tais conceitos fizeram incursões assustadoras na comunidade evangélica é evidenciada por este endereço. Pinnok, um membro de longa data da Sociedade Teológica Evangélica, defende uma salvação universal. Um de seus princípios básicos é que um Deus amoroso não iria condenar alguém eternamente por um ato temporal cometido num corpo temporal. Pinnock também nega a inerrância bíblica e perfeita presciência de Deus. Retornar ao texto.
  14. Embora claramente parte da maldição, Deus disse “maldita é a terra por tua casa” (Gênesis 3:17). Mesmo na maldição, os propósitos de Deus eram redentores e restauradores. Retornar ao texto.
  15. A frase “a criação inteira” é πᾶσα ἡ κτίσις (pasa hē ktisis). A mesma palavra traduzida por “criação” aqui é traduzida por “criatura” em Romanos 8:21 Retornar ao texto.
  16. BibleWorks for Windows, Hermeneutika Computer Bible Research Software, Big Fork, Montana. . Retornar ao texto.
  17. Stambaugh, Ref. 1, pp. 135–136. Novamente, essa é uma excelente pesquisa de alguns desses assuntos. Retornar ao texto.
  18. “Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.” Retornar ao texto.
  19. Para que não haja qualquer mal entendido, David foi o filho de Jessé. Não há nenhuma indicação de que David foi concebido de um relacionamento ilícito. O único significado viável desse versículo é uma referência a uma natureza pecaminosa na concepção. Isso também significaria que, escrituristicamente, a vida espiritual de David começou na concepção. Retornar ao texto.
  20. Hebreus 9:22. Retornar ao texto.
  21. Hebreus 7:24–27; I Pedro 1:19; et al. Retornar ao texto.
  22. Hebreus 10:4; 8:1–2; 9:12–14, 22; 10:19; Efésios 2:13; I João 1:7; I Pedro 1:18. Retornar ao texto.
  23. “O fez pecado por nós” lê no Novo Testamento Grego τὸν μὴ γνόντα ἁμαρτίαν ὑπὲρ ἡμῶν ἁμαρτίαν ἐποίησεν (ton mē gnonta hamartian huper hēmōn hamartian epoiēsen). O significado de ὑπὲρ (huper) não pode ser superestimado. É a mais forte palavra no Grego Koiné para a performance de um ato no lugar de outro, portanto, implica substituição. Retornar ao texto.
  24. Romanos 8:1; 12:5; 16:3, 16:7, 16:9-10; I Coríntios 1:2; 1:30; 3:1; 4:10, 4:15, 4:17; 15:18, 15:19, 15:22, 15:31; 16:24, etc. Fica prontamente aparentemente que esse conceito é muito precioso para Paulo. Retornar ao texto.
  25. II Coríntios 5:21. Retornar ao texto.
  26. Colossenses 1:13; Gálatas 4:5; Efésios 1:5. Retornar ao texto.
  27. Uma palavra pessoal de explicação pode ser apropriada aqui. Quando na faculdade, o autor se torna enamorado na evolução teísta e adota suas preposições como suas próprias – durante todo o tempo reivindicando o Cristianismo evangélico como compatível e procurando harmonizar as suposições da evolução com declarações cristalinas da Escritura. Ao entrar em estudos graduados e pós-graduados em Hebraico e Aramaico, chega à percepção que a clareza e concisão do texto Hebraico enfraquece a evolução teísta e suas bases filosóficas e teológicas. Retornar ao texto.
  28. Youngblood, R. (ed.), The Genesis Debate: Persistent Questions about Creation and the Flood (O Debate de Gênesis: Questões Persistentes sobre Criação e o Dilúvio), Baker Book House, Grand Rapids, Michigan, 1990. Um testemunho a ser encontrado aqui. Youngblood é considerado um evangélico firme através dos círculos teológicos. A despeito de sempre terem existido questões sobre Gênesis 1-11, tais visões que por clara implicação teriam minado a veracidade da Escritura não seriam admitidos pelo Cristianismo ortodoxo. Esse não é mais o caso. Retornar ao texto.
  29. Eu menciono uma Bíblia inerrante porque, infelizmente, há aqueles do evangelicalismo que defendem a autoridade da Escritura enquanto lhe negam sua inerrância. Para mim, a primeira é completamente dependente da última. Retornar ao texto.
  30. Stambaugh, J., 1991. The days of creation: a semantic approach. Journal of Creation (CENTJ) 5(1):71–72. Um excelente estudo a essa altura. Retornar ao texto.
  31. Keil, C.F. and Delitzsch, F, Commentary on the Old Testament in Ten Volumes (Comentário sobre o Antigo Testamento em Dez Volumes). Volume 1, The Pentateuch (O Pentateuco), J. Martin (trans.), William B. Eerdmans Publishing Co., Grand Rapids, Michigan, p. 51, 1973. Keil diz “… se os dias de criação são regulados pela recorrente alternância de luz e escuridão [como Keil argumenta], eles não devem ser referidos como períodos de duração incalculável, de anos ou milhares de anos, mas simplesmente como dias terrestres.” Retornar ao texto.
  32. Skinner, Ref. 9, pp. 48–52. Retornar ao texto.
  33. Veja, por exemplo, Gênesis 1:5, וַֽיְהִי־עֶ֥רֶב וַֽיְהִי־בֹ֖קֶר י֥וֹם אֶחָֽד (wayehi-’ereb wayehi-boqer yom ‘ehad) (E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro). Retornar ao texto.
  34. Skinner, Ref. 9, p. 50. Retornar ao texto.
  35. BibleWorks for Windows, Ref. 16. O contexto precedente em I Coríntios 15 salienta o significado da ressurreição de Cristo. Esta palavra coloca o verso 22 em paralelo direto com as verdades anteriores. Retornar ao texto.
  36. BibleWorks for Windows, Ref. 16. Retornar ao texto.
  37. É claro, se Gênesis 1-11 não devem ser considerados históricos, a questão mais premente é porque Deus usa linguagem enganosa [naqueles textos]? A leitura mais reta e honesta do texto faria qualquer um concluir que os eventos ocorreram como eles são descritos – ao menos tal era o caso com virtualmente toda a Judiaria (os Judeus) e Cristandade até os anos 1800. Retornar ao texto.
  38. João 3:7. Na verdade, ambigüidade pode servir em João 3:7. Δεῖ ὑμᾶς γεννηθῆναι ἄνωθεν (Dei humas gennēthēnai anōthen) (Necessário vos é nascer de novo). Ἂνωθεν (anōthen) (de novo) é uma combinação da qual a preposição ἀνά (ana) é uma parte. Ἀνά (Ana) pode significar “acima” ou “de novo”, dependendo do contexto. Na verdade, ambos os significados cabem nesse contexto, e ambos bem podem ser sido intencionados por Jesus. Retornar ao texto.

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